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Borderlands - IGN BRASIL REVIEW

Longa-metragem traz divertidas referências aos jogos, mas não passa de bobo e vazio.

Borderlands - IGN BRASIL REVIEW
Borderlands - IGN BRASIL REVIEW (Foto: Reprodução)

Adaptações de videogames são a nova febre do momento. Com o sucesso de The Last of Us e Fallout, uma onda de obras audiovisuais baseadas em jogos começou, no entanto, nem todas têm a mesma qualidade das citadas anteriormente. A Take-Two, empresa dona da Rockstar e Gearbox, em parceria com a Lionsgate, encomendou a sua adaptação de uma das suas franquias mais populares: Borderlands.


A série de jogos de FPS looter shooter nunca foi um primor de narrativa e sempre se destacou pela jogabilidade divertida, o que torna a adaptação para os cinemas uma tarefa bastante complexa. E o longa-metragem de Borderlands tropeça muito em uma narrativa vazia na qual as alegorias anticorporativistas vistas nos jogos são inexistentes. Apesar de um elenco premiado com estrelas como Cate Blanchett, Kevin Hart, Jamie Lee Curtis e Jack Black, é difícil salvar algo que não passa de bobo.


Créditos: Lionsgate/Reprodução


O enredo do filme é clichê e muito óbvio, ainda mais se você conhecer algum dos games e souber ao menos o básico da narrativa. Rolland, personagem de Hart, não é o mesmo casca-grossa super sério que encontramos no jogo, mas também não é alguém engraçado como os demais personagens de Kevin Hart. A personagem Lilith domina os filmes assim como nos jogos, e Blanchett faz um trabalho bastante decente ao interpretá-la, mas de toda forma é esquecível.

Quem mais se destaca são Jack Black e Ariana Greenblatt, sendo um de forma positiva e o outro de forma negativa. Black dá voz ao robô Claptrap, um dos maiores ícones dos jogos de Borderlands. Ele consegue ser idiota (no melhor sentido da palavra) com o estilo semelhante ao personagem nos games, porem, mesmo desempenhando bem o papel, é difícil você dar mais do que um sorriso com as presepadas dele. Greenblatt recebeu a tarefa de dar vida à Tiny Tina — e falhou totalmente. Infelizmente, ela esboça muito pouco da natureza louca e enérgica da garota apaixonada por RPGs de mesa e de grande destaque nos jogos. Enquanto isso, Jamie Lee Curtis é um talento desperdiçado em uma personagem com pouco impacto.


Créditos: Lionsgate/Reprodução


Existem momentos divertidos que fazem os fãs dos jogos se alegrarem, como um momento em que a gangue de caçadores está no Santuário, popular cidade que funciona como HUB central em Borderlands 1. Neste trecho, podemos ver os personagens com máscaras, e Lilith equipada com a máscara de Maya, a personagem da classe Ninfa do segundo jogo da franquia, o que é uma referência divertida.

Também no Santuário, vemos Mox e Marcus, NPCs lojistas dos games que possuem pouco tempo de tela no filme, mas fazem aparições marcantes dada a semelhança das atuações dos atores com os trejeitos dos personagens nos games.



O mundo de Pandora é bastante fiel e reproduz bem as paisagens desérticas e hostis daquele universo. Quando se trata das semelhanças com o jogo, o longa-metragem acerta, porém falha bastante nos outros aspectos, principalmente em um vilão sem sal e esquecível com momentos toscos e que não chega aos pés de Handsome Jack, vilão ícone nos jogos.


O Veredicto

Em suas semelhanças com o universo dos games, seja na natureza abobada ou nos momentos caóticos, Borderlands acerta, mas falha como filme em sua essência. O longa escancara as diferenças entre os videogames e cinema e mostra que existem obras que funcionam apenas atrás do controle. É possível dar algumas risadas, mas provavelmente em dois dias você se esquecerá completamente do que viu nas telonas.

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